Vício: algumas observações

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qui, 06/06/2013

Ultimamente tenho tentado conhecer algumas das características de um viciado dependente quimicamente. Como meu contato com esse tipo de pessoa é limitado, só posso dar algumas impressões gerais do que desenvolvi ao longo de vários anos.

O que me vem à mente sobre essas observações é se elas são as características do viciado antes ou após o vício? Uma vez que são observações do comportamento de um viciado, elas podem ser colocadas em dúvida por serem resultado do vício. Eu certamente posso valorizar essa observação. No entanto, até certo ponto, cada uma dessas características também pode ser observada em indivíduos não viciados.

Características que eu observei

1. Tendência ao excesso

Tudo o que é feito é feito em excesso. Eles são muito inflexíveis para fazer escolhas alternativas. Aquelas coisas que eles fazem são muito rígidas e, na maioria dos casos, levadas ao extremo. Mais é melhor pode ser o seu lema.

2. Muito literal

Notei essa característica ao ensinar adultos. Há muitas pessoas em uma sala de aula que irão fazer literalmente o que é dito para elas. Você pode testar a premissa quando for dar instruções utilizando algumas técnicas de PNL e, em seguida, observar resultados muito interessantes.

Procurei e encontrei essa característica nos viciados. Perguntei a várias pessoas que estavam envolvidas em ajudar pessoas através de diferentes disciplinas, se elas enxergavam essa mesma característica. Obtive declarações ambíguas. Acho que isso é porque elas estavam tratando os pacientes sem considerar o feedback que estavam recebendo. Uma pessoa, que tinha reputação nacional no trabalho com alcoólatras, declarou em uma entrevista na televisão, que a qualidade de ser literal era uma característica de todos os seus pacientes.

3. Dissociado

Eu descobri que os indivíduos que eu observei se moviam entre estar ou não associados. Isso dependia de quanta substância química eles tinham no seu sistema no momento. Em muitos casos, eles estavam dissociados exprimindo algo que eles não queriam fazer, mas tinham que fazê-lo para sobreviver.

A negação do vício seria, então, uma condição dissociada. Seria um indicador chave da extensão do vício. Notei que aqueles que estavam nesse estado provavelmente não responderiam a terapia direta, uma vez que eles acreditam que não precisam dela. Para começarem a fazer mudanças, eles precisam de uma indução direta na sua mente inconsciente.

Eu acho que essa intoxicação é análoga a uma indução de transe. A mente consciente está drogada, mas a mente inconsciente está escutando.

4. Fonte de crenças.

Parece que os sistemas de crenças deles vêm de uma mistura de associado/dissociado e de fantasia/realidade. Embora eles possam ser contraditórios sobre o que acreditam, você nunca pode interpretar literalmente a palavra deles como crença, já que eles mudam conforme muda a associação/dissociação e a fantasia/realidade.

5. Desonesto

Essa é uma característica que parece permear qualquer viciado. O mais importante para eles é o sustento do hábito. Ele substitui tudo. Filhos, pais, cônjuge, familiares, estranhos, qualquer um é um alvo para a desonestidade.

As mulheres que são viciadas precisam de dinheiro e usam da prostituição para obtê-lo. Essa é, então, uma parte que precisa ser tratada. O vício é também do sexo e, depois, da necessidade dele. Os homens viciados obtêm o seu dinheiro do crime ou prostituindo suas namoradas ou esposas. Os homens então precisam mudar essa parte de suas vidas.

Eu acho que uma grande parte da desonestidade vem do que eu chamo do princípio do "olhar espelhado". Veja meus comentários mais adiante.

6. Totalmente centrado em si mesmo

Não existe nenhuma outra pessoa tão importante quanto o viciado. A única situação onde eu vejo isso é com aqueles indivíduos que têm uma forte ligação com seus amados. Seus amados, em muitos casos, são apoiados pelo esforço dos viciados.

7. Violento

Eu vejo isso tanto nos homens como nas mulheres. O roubo dos clientes pelas prostitutas. A associação delas com o seu namorado para o roubo. Elas podem ser extremamente cruéis.

8. Sem noção do tempo

Um compromisso é algo que eles terão dificuldades para manter. Se disserem: "Estarei de volta em poucos minutos", eles ficarão totalmente distraídos quanto ao tempo total que irão realmente se ausentar. Se você disser que estará em um local em um momento especifico, eles não estarão prontos. Você terá que esperar. Apenas no caso em que você puder dar dinheiro, é que eles estarão na hora combinada.

9. Nenhuma autoestima

Eles não têm senso do seu próprio valor. Há muitas mulheres que tiveram traumas na primeira infância. E traumas, na maioria dos casos, de natureza sexual. Sua utilização pelos homens com um único propósito e elas tendo que usar o corpo pela mesma razão que dão a elas os problemas que me fazem pensar como um duplo laço.

10. Abuso do seu corpo

O corpo não tem qualquer importância para eles. Vão tratá-lo da maneira que preferirem, independentemente do resultado das suas ações. Qualquer dor, que é uma indicação de que alguma parte do corpo está sendo traumatizada, é mascarada pelo vício. Um bom exemplo é a perda dos dentes. O viciado em heroína terá grandes abscessos na boca e irá sangrá-los para reduzir o inchaço. A sua negligência com o problema básico resultará na perda dos dentes.

Injetar no quadril pode levar bactérias ou outro tipo de infecção que pode resultar em gangrena. A dor fica mascarada pela heroína e pode provocar a morte do viciado. Inúmeros casos têm sido documentados. Vá a uma sala de emergência de um hospital e pergunte a qualquer médico ou enfermeiro.

11. Mundo invertido

Isso é o que eu chamo de síndrome do "olhar espelhado". Um viciado em heroína vai usar palavras que indicam que o seu sentido de mundo está invertido. Na forma como apareceria em um espelho. Um viciado em heroína vai afirmar que está "doente" quando estiver sem drogas e "bem" quando ele mesmo se injetar.

Se você olhar a desonestidade como uma característica, essa também é uma inversão do mundo. Então que outras características serão os resultados da inversão do mundo?

12. Alteração de humor

Isso depende do grau de intoxicação do alcoólatra. Quanto mais intoxicado, maior a mudança de humor. Alguns se tornam violentos, outros se tornam muito piegas.

13. Codependência

Se eles são dependentes de drogas, serão, em muitos casos, codependentes de alguma outra atividade ou de um relacionamento pessoal.

14. Criam relacionamentos que não fazem sentido

Um bom exemplo é o viciado em heroína formar um relacionamento com alguém e em seguida apoiar o hábito dessa pessoa. Também se formam outros relacionamentos igualmente bizarros.

15. Tomam decisões medíocres

Alguns dos indivíduos que eu conheço não poderiam tomar boas decisões por causa das más experiências passadas. Eles não conseguem formar uma conexão entre o que aconteceu no passado e o que poderia acontecer no futuro.

Eu enxergo esse tipo de comportamento no ambiente da sala de aula. É ensinado para as pessoas dois assuntos que podem ser relacionados entre si. A pessoa que aprendeu os dois assuntos não consegue formar a relação que os dois têm em comum e usar os assuntos para formar um terceiro aprendizado.

16. Tem dificuldade para dizer não

Essa é uma característica que me chamou a atenção. Se a questão é formada para levar em conta a literalidade deles, então ele vai tomar uma decisão que não é a do seu melhor interesse. Em muitos casos, ele será ludibriado pelos outros que sabem que ele não pode dizer não e, então, a pessoa estará infectada com uma compulsão ou outro comportamento destrutivo.

17. Irão ouvir instruções enquanto "inconscientes"

É a mesma história que Richard Bandler conta sobre a pessoa que estava na mesa de operação e ouve o médico se referir a ela como uma pessoa gorda. Após a sua recuperação física, ela passa por momentos difíceis com outros comportamentos. A intoxicação mascara a mente consciente. A mente inconsciente ainda é operacional.

Num ambiente familiar qualquer comentário sobre o indivíduo relacionado ao estupor é entendida diretamente pela mente inconsciente. Isso pode então conduzir a um grande feedback para continuar seu comportamento. Se, enquanto estava inconsciente, eu sou como dizem a minha família/amigos/estranhos, então quando estiver sóbrio, devo retornar ao que eles pensam que eu sou. Já que eu levo tudo ao pé da letra, vou representar literalmente o que você me diz para fazer.

Meu plano de ação

1. Um lugar para ficar seguro

Se eu tivesse os recursos, eu providenciaria um lugar seguro para o viciado ficar. Esse lugar seria um ambiente físico que promoveria o apoio ao dependente. Eu não acho útil o viciado retornar ou ficar associado com a sua família numa base contínua. Acho que o ambiente que criou o seu vício ainda existe na família e todas as "âncoras" que estavam lá no passado ainda existem. Tornei-me bem familiarizado com uma mulher cujo marido era alcoólatra. Posso afirmar que ela tinha muito a ver com o problema dele.

2. Despertar espiritual

Eu concordo com essa premissa dos AA e NA. É um dos métodos de dar à pessoa uma referência aos recursos de que ela precisa. Se você puder deixar de fora a religião da pessoa e substituí-la por uma experiência espiritual, acho que você poderá ter um impacto profundo sobre o futuro da vida dela. Deve haver uma ligação desse aspecto com alguma técnica da PNL. Eu acho que uma indução direta ou uma metáfora seria uma boa maneira de conseguir algum movimento nessa direção.

3. Terapia da PNL

Eu tenho um profundo respeito pelos métodos de Richard Bandler. Eu os tenho usado de muitas formas nos últimos cinco anos que venho estudando-os e usando-os para ver como funcionam. O método que Bernard Frit explicou em "Decision Strategies II" e em "The Addicts Typical Decision Strategy," ("Estratégias de Decisão II" e "A estratégia de decisão típica dos viciados", não publicados no Brasil), é o ponto de partida para a mudança. Visto que não participei de seminário, nem compartilho com o que pensa Richard Bandler sobre o assunto, vou apenas tornar conhecido o meu pensamento, sem me importar com as consequências.

Obter uma nova estratégia de decisão é o que eu chamaria de primeiro passo. Isso faria com que eles escapassem do laço da dependência. Mas e todas as outras características que listei acima. Será que elas não precisam funcionar?

O que eu faria seria recriar para o viciado a estratégia de como diferenciar entre a realidade e a fantasia. Um dia, numa cafeteria local, eu estava lendo ao mesmo tempo em que comia uns donuts e tomava café. Uma mulher com cerca de 40 anos passou pela minha mesa e fez um comentário sobre o que eu estava lendo. Nós conversamos por cerca de um minuto e ela foi fazer seu pedido no balcão. Quando voltou, ela continuou a conversa. Enquanto conversávamos, ela pouco a pouco tornou-se esotérica em seus julgamentos. Ela se perdeu pela terra da fantasia onde várias agencias do governo estariam tentando enganá-la.

Era como se para ela não houvesse discernimento de como codificava a sua realidade e a fantasia. Como ela fazia o que fazia? Eu queria saber. Como era uma conversa informal, eu não tinha como encontrá-la e conversar com ela. Então, determinei que a melhor maneira seria descobrir como eu determinava o que é fantasia e realidade.

Para mim a realidade é uma esfera situada a uma altura de mais ou menos seis metros sobre a minha cabeça. A localização depende das coordenadas cartesianas x, y e z, nas três dimensões. No horizonte e em tudo sobre mim há uma cerca cinza e nessa faixa larga sobre mim é o limite entre a realidade e a fantasia. A fantasia está do outro lado da cerca.

Essa cerca é formada por painéis que podem ser abertos e fechados. Quando eu quero que a fantasia se torne realidade, eu abro um dos painéis e aí passo a fantasia para esse lado da cerca e lhe dou cor, movimento, três dimensões e som. Ela depende do assunto se existe uma estrutura em torno dela. É por isso que para mim a realidade está próxima e dramática.

Quando comecei a perguntar aos meus companheiros que estavam familiarizados com PNL, eles começaram a relatar várias estratégias. Cada um deles sustentou distintas submodalidades. Cada uma era diferente.

É minha opinião que você deve dar ao viciado uma forma de codificar a realidade e a fantasia, de tal modo que eles saibam quando cruzam a barreira entre elas.

A literalidade do viciado precisa ser abordada por algum método para ensiná-los quando tomar a decisão certa. Eu acho que a literalidade e a capacidade de dizer "não" são a mesma manifestação. Como você pode dizer não quando acredita literalmente que o que está sendo dito a você é verdade.

Um dos problemas que os viciados têm quando estão sóbrios é que eles se acham em desvantagem em relação ao resto do mundo. Eles começam a olhar para tudo que perderam e para todo o tempo que desperdiçaram. Aí ficam deprimidos e o ciclo recomeça de novo.

Do meu jeito, eu acho que a terapia da "Linha do Tempo" é uma solução possível para isso. Uma das coisas que você vai descobrir rapidamente em toda a população de viciados é como poucos realmente têm algum futuro. Isto é, um futuro percebido, visível e viável. Aqueles que estabelecem os seus objetivos, empresários, atletas e outros que conhecem sobre a visualização de um objetivo e entram na imagem para experimentar como é ter o objetivo, são pessoas que codificaram o seu futuro.

No livro de Bandler, "Hora de mudar", ele cita: "Eu faço essas pessoas agarrarem a sua linha do tempo no passado e ir movendo-a até ficar na sua visão." Dessa forma, você pode enxergar os erros e não repeti-los. O que eu faço com a terapia da linha do tempo é tornar a pessoa consciente das suas linhas de tempo e da sua localização física.

Visto que isso é diferente para muitos indivíduos, você terá que entender que existem nuances dessa descrição. Essa é a descrição para uma pessoa que codifica o futuro na sua frente à direita e o passado atrás dela. Se você presta atenção na sua acuidade sensorial e nos seus padrões de linguagem, metáforas etc., você receberá todas as informações antes mesmo dela ter consciência disso.

Uma vez que elas estiverem conscientes da localização das suas linhas do tempo, faça-as apontar para o futuro com o braço direito delas. Visto que o passado está atrás delas, faça-as girar o braço esquerdo para fora e para a esquerda. Peça que elas liguem as linhas do tempo às mãos de modo que as linhas possam ser movidas.

Eu geralmente faço um prólogo perguntando à parte dela responsável pelas linhas do tempo se eu posso fazer isso. Também digo à parte que se isso não funcionar que ela mova as linhas de tempo de volta para a posição original. Peço, no entanto, que a parte dê duas semanas para ver se isso funciona.

Em seguida, faço com que a pessoa mova rapidamente as duas mãos com o braço estendido para o centro na frente dela, bata as duas mãos e depois volte para uma posição que seja confortável, onde as duas linhas do tempo possam ser vistas.

Depois dela ter feito isso, faço uma verificação ecológica para ter certeza de que as linhas do tempo foram movidas. Eu, então, deixo-a relaxar e conversar por alguns minutos. Então, peço que ela pense sobre onde começam as suas linhas do tempo e depois ela tem que empurrar as linhas do tempo para fora, de modo que ela faça espaço para o hoje.

Eu, então, relaxo e faço uma verificação ecológica. Se você quiser pode configurar sinais dos dedos antes de começar e usá-los para verificar tudo após ter feito o movimento.

O próximo passo é ir para a linha do tempo passado e selecionar uma experiência que foi de excepcional valor. Uma experiência alegre com muitas submodalidades ligadas a ela. A mim me deram algumas experiências como casamento, nascimento, férias e experiência atlética.

Após ela formalizar a experiência, mova-a para hoje para que você possa examiná-la. Peça que ela dobre o tamanho da imagem, dos sons, dos sentimentos, etc., para torná-la uma bela experiência. Ainda estou para encontrar alguém que não teve uma grande experiência no passado, mas se esse for o seu caso, crie uma experiência para a pessoa e a coloque no passado para referência dela.

Eu, então, explico em detalhes como descobrir todas as submodalidades. Uma pessoa usou sua experiência de aprendizagem para se tornar piloto de avião. A submodalidade da cor era azul. Uma pessoa que usou o casamento utilizou a cor amarela. Leve-a a reconhecer todas as submodalidades. Aumente o brilho das cores, aumente os sons, reforce os sentimentos. Dê vida a todas essas submodalidades.

O próximo passo é fazer com que a pessoa retire o conteúdo da experiência e que mantenha todas as submodalidades. Faça com que ela aumente todas as submodalidades, tanto quanto possível. Agora tome duas das submodalidades da experiência. Pegue a segunda e a mova para a linha do tempo futuro na posição amanhã. Faça com que a pessoa deixe a outra imagem no presente se dissipar.

Faça com que a pessoa olhe para o ponto brilhante no futuro dela. Deixa-a desfrutar o futuro brilhante que ela criou para si mesma. Peça que ela tome a imagem no futuro e a transforme em duas. Depois quatro, depois oito, dezesseis, trinta e dois, etc. Você pode chegar a um limite com algumas imagens, por isso pare quando não puder aumentar o número dessas imagens.

Então ela tem que colocar uma das imagens recém-criadas em uma semana. Selecione férias, aniversários e outros eventos que são conhecidos e faça-a colocar imagens sobre esses eventos. Em seguida, coloque um a um ano de distância, dois anos para frente e um a cinco anos. Em seguida, faça a pessoa olhar para o seu futuro e ver se não existe agora um futuro brilhante e bonito.

Retorne ao passado e tome todas as grandes experiências que estavam no passado e ilumine-as. Pegue todos os grandes exemplos de aprendizagem e os ilumine. Pegue todas as experiências medíocres e torne-as imagens fixas em preto e branco.

O próximo passo, depois de uma verificação ecológica, e de algum tempo para relaxar, é ajudá-la a criar o self do que ela gostaria de ser. De algum modo isso é adquirido facilmente. Assim que ela criou esse self, faça-a colocar esse self na posição amanhã da linha do tempo futuro. Às vezes eu faço uma âncora em um lugar da sala onde estamos e faço com que ela fique de pé nesse local e crie todos os sentimentos, etc., que ela irá experimentar com a nova pessoa num dia lá na frente. Faço uma âncora dessas experiências, peço que a pessoa saia do círculo e que coloque as experiências na posição amanhã da sua linha do tempo.

Em seguida, faço a pessoa se levantar da cadeira e caminhar para fora dessa posição e, aí experimentar o novo self que ela criou. Eu mantenho um diálogo para ter certeza de que ela está experimentando o novo self. Eu presto atenção, com muito cuidado, ao feedback da fisiologia e dos padrões das palavras dela.

Eu abordei a próxima parte com diversas variações. Numa, dei instruções diretamente para a mente inconsciente. Estabeleci uma âncora olhando apenas para a pessoa em uma linha de vista com a sua maçã do rosto e com olhos desfocados e a minha melhor voz de transe ancorada a esse ponto para qualquer momento que eu precise falar diretamente com a mente inconsciente dela. Eu faço, invariavelmente, isso apenas como uma possibilidade a qual posso precisar no futuro.

Eu, então, uso essa âncora para dar à mente inconsciente a tarefa de levar a pessoa para o local toda manhã e experimentar o novo self. Eu digo à essa mente inconsciente que eu quero que o novo self tenha novas características específicas para cada dia. Quando a pessoa experimentou o novo self, então a mente inconsciente deve adicionar uma das características que eu acho importante para o novo self para a manhã seguinte.

Eu também instruo a mente inconsciente para criar essas características que ela acha que irão promover a pessoa para o nível que nós havíamos concordado previamente. Eu acho que aqui a ressignificação pode ser uma alternativa, com uma parte nova sendo selecionada para a tarefa de melhoria.

Eu hoje praticamente abandonei essa abordagem, não porque ela não tenha realmente funcionado, mas porque tenho usado no lugar o gerador de novos comportamentos. Após uma conversa com a pessoa, e dependendo das circunstâncias, eu faço isso com a maioria em duas etapas em dois dias diferentes, e aí volto e instalo o gerador de novos comportamentos. Eu crio uma lixeira para se livrar do antigo comportamento e, em seguida, crio um comportamento alternativo para substituí-lo. Um comportamento de apoio.

Eu sei que aqueles que usaram o método da linha do tempo têm muitas variações para o uso das linhas do tempo. O livro de Robert Dilts, "Changing Belief Systems with NLP", também é excelente. Eu não li o livro "A Terapia da Linha do Tempo" de Tad James & Wyatt Woodsmall, mas tenho certeza que eles têm outras opiniões sobre esse processo.

Tenho muita fé nas mudanças da linha do tempo como eu descrevi. Quando uma pessoa ingressa na minha empresa, eu quero que ela seja contaminada por computadores ou pelo ensino. As duas experiências criam uma pessoa que não pode ser relacionada a um usuário iniciante. Eu começo criando para ela uma linha do tempo que torna brilhante o seu futuro, um lugar para querer estar. Então, uso o gerador de novas crenças ou qualquer outra ferramenta da PNL que eu possa precisar para conseguir que essa pessoa se movimente em uma direção positiva. Tenho sido muito bem-sucedido em desenvolver várias pessoas que utilizam esse método.

Um exemplo é um jovem que chegou sem nenhuma experiência de ensino e nenhuma experiência com computadores. Dezoito meses depois, ele se demitiu e assumiu um emprego como treinador chefe em outra empresa de computadores. Posso citar vários outros exemplos. Devo confessar que realizo uma entrevista, e escolho o melhor, usando técnicas de PNL para pré qualificá-los. Tenho certeza que qualquer pessoa muda usando a terapia da linha do tempo, mas eu preciso que elas já tenham características específicas. Eu desenvolvi uma lista de características que eu sei que irão fornecer um candidato bem-sucedido.

No tratamento de um viciado, eu acho que você precisa saber quais devem ser as características pessoais para colocar o viciado de volta no rumo correto e fazer com que apareça uma vida produtiva e que possa se tornar real. É por isso que eu acho que a terapia da linha do tempo pode ser benéfica. Ela pode ser usada para criar as características colocando-as na linha do tempo futuro, depois fazer a pessoa se associar a elas e, em seguida, retornar para o presente.

Comentários

Eu não posso enfatizar a aquisição da acuidade sensorial. Se você não tem isso, você nunca será capaz de fazer as mudanças necessárias. Você precisa estar conscientemente consciente do feedback que está recebendo do cliente. Uma vez que você esteja conscientemente consciente e praticar bastante, você irá movê-la para uma consciência inconsciente. Você, sem saber, irá usá-la automaticamente. Releia o livro de Bandler "Hora de Mudar". Na verdade, todo o capítulo VIII é útil.

Um significado dos valores tem que ser criado para a pessoa começar a funcionar novamente de uma maneira "normal". Embora existam muitos lugares bons para obter valores, aqueles contidos no Novo Testamento da Bíblia são de excepcional valor. Os dez mandamentos também é um bom lugar para começar. Ser honesto, respeitar as outras pessoas e seus bens. Como você instala isso?

Porque não induções de transe específicas dando a essa pessoa um novo lugar na sua linha do tempo passado que contém esses valores. Ou ir para a linha do tempo passado e encontrá-los, trazê-los e iluminá-los. Nesse momento, deixo a minha mente divagar com ideias que estão me ocorrendo.

Meu projeto atual é com uma mulher de 40 anos cujo marido está preso. Ela tem um background interessante com o seu vício em heroína começando aos 15 anos de idade. Ela está em um regime de manutenção com metadona a cerca de seis meses. Está sendo pago pelo Plano Médico do estado da Califórnia. Está no programa de ajuda para crianças dependentes para seu filho de 13 anos e na Previdência Social por causa de seu vício. Seu cunhado e o filho de 21 anos moram com ela. Sua renda mensal e o apoio dos outros apenas cobre as suas necessidades básicas.

Eu a conheci através de um amigo em comum que eu havia ajudado a reduzir a sua dependência. Quando me encontrei com Margie, fiquei impressionado porque ali estava uma pessoa no processo de querer fazer mudanças em sua vida, mas não sabia como fazê-lo. Ela tinha um bom senso dos valores e exibia algumas das características listadas acima. Uma forte característica que ela possui é a honestidade. Acho que pode haver alguma dúvida quanto a isso, mas na maioria das vezes eu sinto que ela está sendo honesta. Eu realmente não posso detectar qualquer incongruência quando falo com ela, mas senti que deveria ser cauteloso.

Usei poucas vezes as técnicas de PNL com ela. Acabei de ganhar a sua confiança e desenvolver rapport com ela. Bem, acho que realmente fiz uma coisa com ela. Eu ancorei a porta da clínica da metadona aos pensamentos para reduzir a dosagem. Cerca de um mês depois que fiz isso, pela primeira vez eu a ouvi falar sobre reduzir a sua dosagem e, possivelmente, se livrar das drogas, tudo junto.

Eu ancorei a cor verde da porta de entrada para reduzir a dose dela em 1 mg toda vez que ela enxergasse a porta verde da clínica. Eu usei algumas metáforas sobre abrir a porta para o seu futuro, envolver-se no movimento da porta, girar a maçaneta para novos prazeres, etc. Eu estava indo atrás da parte literal dela. Entrada também é uma palavra que me ocorreu agora ao escrever esse artigo. Pense na palavra. Vou usá-la no próximo encontro com ela.

Em uma recente conversa, ela contou sobre os problemas que estava tendo com o filho de 13 anos. Eu nunca o vi e depois da sua descrição, conversamos em detalhes sobre o que o filho estava fazendo. Imaginei que ele fosse muito cinestésico. Na próxima vez que nos encontramos, ela confirmou o que eu havia dito para ela procurar. Ela também pôs a prova algumas das minhas opiniões sobre a descontaminação da sua casa. Michael Grinder fala sobre descontaminar uma sala de aula em seu livro "Righting the Educational Conveyor Belt" (Corrigindo a correia transportadora da Educação, em tradução livre). Pensei, porque não fazer a mesma coisa com a disciplina na casa.

As pessoas criam uma aversão aos alimentos nos seus filhos quando ancoram a mesa da sala de jantar para disciplinar. Elas disciplinam em qualquer lugar da casa. Logo a casa se torna um lugar a ser evitado. As âncoras são métodos fortes para conseguir mudança. Tenha certeza de que a mudança seja apoiada.

Porque não escolher um local onde a disciplina é administrada e depois usar esse lugar da próxima vez que você decidir corrigir alguma infração. Se você também ancorar um tom específico de voz, postura corporal, etc., você pode conseguir a disciplina reduzida a um movimento em direção à área da disciplina.

É por isso que eu acho que o viciado precisa ser retirado de casa ou do ambiente onde existem essas âncoras fortes para ele. Se ele não puder ser removido do ambiente, precisa ser dado a ele uma parte que saiba quando uma âncora está criando um problema e, portanto, torná-lo consciente do que está acontecendo.

Uma das grandes coisas sobre ser o autor de um artigo sobre qualquer assunto, é que uma vez ele seja publicado, você não possui mais os direitos da sua opinião. Você está à mercê dos críticos. Já publiquei bastante material para saber que com a publicação das minhas opiniões, esse estudo será desmontado por alguém. Excelente, vou ganhar insights muito valiosos advindos desses comentários. Estou apenas expressando algumas observações.

George Cloward contato por email em inglês ezcp1@aol.com

Nota do Tradutor: Descontaminando a sala de aula

O artigo Addiction: Some notes encontra-se no site NLP and ADDICTIONS

Tradução JVF, direitos da tradução reservados.

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