Substantivação - Nominalização

Termo do Mês - Agosto de 2017

Em inglês, ‘nominalization’ significa o uso de uma palavra que não é um substantivo (noun) (por exemplo, um verbo, um adjetivo ou um advérbio) como um substantivo com ou sem transformação morfológica. Algumas línguas simplesmente permitem que os verbos sejam usados como substantivos, enquanto outras exigem alguma forma de transformação morfológica. O inglês tem os dois casos.

A tradução do termo ‘nominalization’ foi por muito tempo erroneamente aceita como nominalização (de noun em inglês que significa substantivo), palavra que não consta no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa editado pela Academia Brasileira de Letras. O correto é substantivação, que é o ato ou efeito de substantivar e, por esse motivo, é a utilizada pelo Golfinho. A seguir o termo do mês – substantivação.

No livro The Structure of Magic, Bandler e Grinder definem a substantivação como um processo linguístico no qual "a transformação da linguagem altera o que ocorre na representação da Estrutura Profunda como uma palavra de processo – um verbo ou predicado – em uma palavra de evento – um substantivo ou argumento – na representação da Estrutura da Superfície". Assim, o processo "substantivação" ocorre linguisticamente quando uma atividade, condição ou relacionamento contínuo (um verbo ou um advérbio) é representado como um objeto ou substantivo. A substantivação envolve uma ação, um processo e transformá-la em um substantivo, uma entidade ou objeto estático.

Substantivação = Processo à Evento

Dizer: "O medo me dominou", por exemplo, é diferente do que dizer: "Meu pai me dominou", em que o pai de alguém é um ser que pode ser visto, sentido e ouvido por outros indivíduos. O "medo", por outro lado, é um processo emocional complexo, não um objeto ou um indivíduo que pode ser observado diretamente pelos outros – embora seja muitas vezes falado como se fosse um objeto ou uma "coisa". Da mesma forma, "ansiedade", "neurose" e "agressão" são na verdade palavras que representam avaliações e relacionamentos que podem ser vivenciados de forma muito diferente por indivíduos diferentes. Ao nível da estrutura profunda, elas são processos, não objetos ou coisas. Elas foram "substantivadas" ao serem transformadas em objetos ao nível da estrutura da superfície.

Do ponto de vista da PNL, por exemplo, os termos "ego" e "id" são exemplos clássicos de substantivações – processos que são falados como se fossem coisas. Dizer que: "O meu ego está reprimindo o meu id" retrata os dois processos como objetos. Dizer que: "A sua resistência está atrapalhando a sua recuperação", parece que a "resistência" é uma coisa ou um objeto.

Muitas vezes, uma substantivação é um "verbo não especificado" (ou advérbio) que foi mais distorcido ao ser usado como um substantivo. Desse modo quando a linguagem se torna muito distante da experiência, ela pode criar uma eventual confusão ou um mal-entendido. A maneira típica de lidar linguisticamente com uma substantivação é colocá-la novamente em forma de verbo e recuperar as deleções. Por exemplo, em relação aos exemplos acima citados, pode-se perguntar: "Você está temendo o que e de que forma?" "Quem está ansioso com o que, especificamente, e de que forma?" Quem está atuando neuroticamente de acordo com quem, em que condições e de que maneira?" "Quem está sendo agressivo para quem, especificamente, sobre o que especificamente?" (São os desafios do Metamodelo)

Adaptado da Enciclopédia de PNL: http://nlpuniversitypress.com/html2/N48.html

Termo do Mês - Agosto de 2017