Série M&C 10 - Fundações da modelagem neurocognitiva: o movimento dos olhos – uma janela para o cérebro

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qui, 01/09/2005

Série Explorações Mente e Cérebro

A janela para a atividade neurocognitiva:

Desde o começo da PNL, seus fundadores acreditavam que era possível modelar virtualmente qualquer forma de excelência humana mesmo que a essência desta excelência humana estivesse invisivelmente presa no espaço cognitivo. Apesar de ser relativamente fácil modelar os visíveis programas de ação estabelecida auxiliados pelo nosso sistema motor sensorial, também é igualmente possível modelar alguma atividade cognitiva a partir da linguagem, a maior peça ausente que torna tudo isso possível é a atividade cognitiva que coloca todo o processo em movimento. Os primeiros dois tipos de modelagem tiveram indicadores de padrões externos muito confiáveis. Porém o terceiro tipo conta com os padrões de escaneamento do olho para fornecer uma janela na atividade cognitiva. Para modelar a atividade cognitiva evasiva com mais precisão, é necessário aprender como usar com mais precisão os padrões de escaneamento dos olhos, por que esses padrões retêm a chave para a competência a qual nós estamos completamente inconscientes e incapazes de acessar. Entender o movimento dos olhos com uma precisão maior irá nos dar acesso a informação inconsciente que nunca poderia ser conscientemente reconhecida pelo modelo do expert.

Construindo novas distinções através dos contraexemplos:

A fim de iniciar a montagem de um modelo mais acurado das pistas de acesso visual, certamente nós podemos começar onde a PNL desistiu 20 anos atrás e construir novas distinções através da análise dos contraexemplos. Com um pequeno conhecimento da neurofísica e o velho modelo de acesso visual em mãos, nós estamos prontos para começar.

No último artigo (parte IX), nós discutimos porque certas pessoas têm mais problemas do que outras na visualização e, também, estabelecemos a base neurofisiológica do porquê os nossos olhos têm que se mover quando nós pensamos. Neurofisiologicamente, é impossível pensar o que nós faríamos sem esses dois movimentos – o dos olhos e da cabeça. Como já afirmamos antes, esses movimentos são controlados pela base do cérebro.

Ilusões cognitivas e movimentos verticais do olho:

Você já notou porque parece ser tão universal que o acesso à informação visual exige que os olhos estejam para cima e o acesso à informação cinestésica exige que os olhos estejam para baixo? Na realidade isso é só uma ilusão. Primeiro, aqueles de vocês que tentaram calibrar com atenção usando as pistas de acesso visual, notaram, sem dúvida, que a pessoa pode visualizar com os seus olhos para baixo na posição cinestésica. Aqui está o primeiro contraexemplo que precisamos analisar. Se for possível visualizar quando os seus olhos estão para baixo na posição cinestésica, então os modelos de pistas de acesso visual não podem nos dar uma correta representação da ativação do sistema sensorial. Visto que a ativação do sistema sensorial é vital para os processos cognitivos de modelagem, esses contra exemplos têm que ser resolvidos. A primeira distinção que precisamos fazer é qual a posição do olho que indica a ativação e qual a da manutenção de uma imagem. Você pode notar que quando você faz uma pergunta visual para alguém, os seus olhos, por um curto período de tempo, se movem rápido para cima e para esquerda, direita ou para o centro. Isso é uma pista de acesso. Entretanto, quando ele pega ou mantém esta imagem na mente, ele pode movê-la para virtualmente qualquer parte do seu campo visual sobrepondo-a paradoxalmente com pistas auditivas e pistas cinestésicas. A ativação inicial de uma imagem exige sempre uma maior atividade neural do que a manutenção desta imagem. Por essa razão, na ativação você pode ver os olhos se moverem para cima e a cabeça se mover para trás para permitir o fluxo sanguíneo cerebral regional para o córtex visual. Esse aumento no volume de sangue temporariamente impulsiona o nível de energia dos circuitos visuais necessários para juntar a imagem. Uma vez montada, a imagem pode ser movida para o córtex pré-frontal (atrás da testa), e projetada para qualquer área do campo visual. As células nervosas que mantém essa imagem são chamadas de células piramidais. Devido a uma propriedade da neurofísica, chamada de degeneração, qualquer uma das células piramidais pode ser selecionada pelo cérebro para representar essa imagem. Isso significa que uma imagem inicialmente gerada na posição superior do seu campo visual pode ser expandida ou reduzida e ser movida virtualmente para qualquer local. Sem essa flexibilidade, o pensar como nós o conhecemos, não seria possível.

Quando uma imagem que foi previamente ativada é movida de uma parte do campo visual para outro, diferentes aspectos da representação sensorial são intensificados. Fisiologicamente, a informação dos sistemas sensoriais se sobrepõe. É por essa razão que, em algumas partes do seu campo visual, você pode realmente ver uma imagem perfeita. Porém, em outras partes do seu campo visual, você pode ver uma imagem e ouvir também os sons desta experiência. Em outros locais, você pode ver uma imagem, ouvir os sons e sentir as sensações que você sentiu nesta experiência muito vividamente. Essa intensificação dos sinais visuais, auditivos e cinestésicos é possível porque as células nervosas no cérebro combinam a informação sensorial de mais de um sistema. Esses neurônios repousam na associação dos córtices e o córtex pré-frontal é um deles. Esses neurônios são chamados de bimodal ou de trimodal. Neurônios bimodais transportam a informação de dois sistemas sensoriais como a visão e a audição, a audição e a cinestésica, e a visão e a cinestésica. Os neurônios trimodais transportam a informação de todos os três sistemas sensoriais.

Quando você move uma imagem sobre áreas específicas dos neurônios bimodais ou trimodais, você obviamente irá intensificar as diferentes combinações da informação visual, auditiva e cinestésica. Por isso, uma das calibrações mais valiosas que nós podemos fazer depende dos padrões correlativos entre a posição dos olhos e o tipo de associação de neurônios que está sendo usado. Se nós dividirmos o nosso campo visual em três setores horizontais, quando os nossos olhos estão na seção superior, a informação visual irá se sobrepor com a informação auditiva do nível do olho para baixo e com a informação cinestésica da área superior da cabeça. Isso significa que é possível "sintonizar" a informação cinestésica embora estarmos olhando para cima. Contudo, as células nervosas que se sobrepõe com esta área do córtex da associação visual são somente células nervosas que transportam a informação cinestésica da área superior da cabeça. Isso significa que é muito fácil e possível "sintonizar" ou intensificar a informação cinestésica sobre uma dor de cabeça previamente experimentada ou um ferimento na cabeça olhando para cima. Quando os nossos olhos se movem para a área do meio da divisão horizontal do campo visual, nós somos capazes de intensificar a informação sensorial auditiva que veio de baixo do nível do ouvido para aproximadamente o nível do esterno e a informação cinestésica se torna intensificada do nível do ouvido para um pouco abaixo dos ombros e do tórax superior. Isso significa que se nós queríamos "sintonizar" a informação cinestésica do nível do ouvido para o tórax superior, seria melhor mover as nossas imagens visuais para a divisão horizontal central do campo visual. Também, como os ouvidos têm o seu ponto focal de coleta de informação sensorial a esse nível, para intensificar mais o processo auditivo deve-se manter os nossos olhos no nível da linha média. Quando movemos os nossos olhos para baixo na posição inferior do nosso campo visual, nós somos inteiramente capazes de "sintonizar" ou intensificar a informação auditiva e cinestésica vinda da parte superior do tórax baixo. É por essa razão que nós, geralmente, notamos que o acesso cinestésico está no corpo – como a maior parte das nossas sensações - emocional, tátil e motora, que será gerada entre o tórax superior e os nossos pés. Obviamente, nós temos mais corpo abaixo da parte superior do tórax do que acima dele. Agora com esse conhecimento, é mais fácil ver como uma pessoa que recorda o som do miado de um gato no chão, precisa colocar os seus olhos no que agora nós chamamos de posição cinestésica. Na realidade ela está apenas sobrepondo a imagem visual que ela tem do gato com o som do seu miado. Mas o som do seu miado vem do nível do chão o que significa que os neurônios que o representam deveriam estar na parte mais baixa do campo visual (córtex pré-frontal). Se isso soa complicado para você – você está certo – isso é muito complicado e exige um grau muito fino de acuidade sensorial para notá-lo. É melhor começar notando isso em você primeiro, antes de tentar notá-lo nos outros.

Como você pode ver, os neurônios bi e trimodais tornam impossível organicamente separar o processo visual, auditivo e cinestésico em divisões claras que o velho mapa das pistas de acesso visual nos fez acreditar que era possível. Sem essa informação fisiológica adicional, nós certamente iríamos provocar turbulências quando fôssemos tentar modelar a função cognitiva. Essa informação neurofisiológica nos dá a fundação para a modelagem neurocognitiva. Já que todas as funções da mente exigem o uso do tecido biológico do cérebro, as tecnologias de modelagem que esperam capturar a essência invisível da mente, precisam levar em conta a sua contraparte neural. Se você parar e refletir apenas sobre essa informação que eu lhe dei até agora nesse artigo, literalmente, centenas de incongruências dos padrões prévios e dos contra exemplos irão começar a fazer sentido para você.

Descobrindo o mistério dos padrões de escaneamento horizontal dos olhos:

Essa informação deve esclarecer as razões pelas quais os nossos olhos se movem verticalmente quando pensamos. Contudo, isso é somente parte da história porque como você sabe, os nossos olhos também se movem horizontalmente quando pensamos. Do mesmo modo que a nossa cabeça segue o movimento dos olhos nos padrões verticais, ela também o faz nos padrões horizontais. O movimento do nosso olho é o sistema guia para a função vestibular. Os nossos olhos nos ajudam a manter a posição e o balanço da cabeça e, para onde os nossos olhos se movem, a nossa cabeça e o corpo seguem. Isso, naturalmente, também ajuda a dirigir o fluxo sanguíneo cerebral regional para os circuitos sensoriais sendo ativados mais pesadamente.

Deste modo, porque, quando nós pensamos, os nossos olhos se movem tanto para direita como para a esquerda? Há muito tempo que se sabe que o nosso cérebro é dividido em hemisfério direito e esquerdo. Cada um desses hemisférios tem estruturas celulares diferentes possibilitando diferentes tipos de função. O estudo da ciência dessa área do cérebro é chamada de citoarquitetônica. Os nossos olhos irão se mover para a direita ou para a esquerda dependendo da função cortical que nós precisamos efetuar. Vamos falar primeiro do córtex visual. Por que parece que muitas pessoas destras olham para cima e a esquerda quando estão recuperando uma imagem visual e para cima e a direita quando estão construindo uma imagem visual ou pensando no futuro? De novo, muito disso é somente uma ilusão. Como certamente você notou, esta mesma pessoa pode recuperar as memórias olhando para cima e a direita e, ela pode construir visualmente ou pensar no futuro olhando para cima e a esquerda. Isto significa que existem mais coisas acontecendo do que "o olho pode enxergar". Lembre-se: sempre que existir um contraexemplo, existe uma nova distinção a ser aprendida. Para entender melhor as áreas funcionais do campo direito e esquerdo, você pode querer recorrer ao diagrama abaixo que mostra como uma casa seria representada nos campos receptores visuais de cada hemisfério. Essas distinções são consistentes com a predominância da mão direita.

diagrama

Assimetria cortical e o campo visual:

O campo visual esquerdo se serve do hemisfério direito. As células cerebrais do hemisfério visual direito têm uma sobreposição muito ampla dos campos receptores (veja diagrama). Por esses campos receptores serem muito extensos, muito poucos são necessários para codificar uma imagem do que no campo visual direito. No campo visual direito, como você pode ver no diagrama, os campos receptores das células cerebrais no córtex visual são muito menores e elas não se sobrepõe. A primeira propriedade de valor para você entender é que a velocidade de processamento do campo visual esquerdo (cve) será maior (mais rápida) do que o campo visual direito (cvd). Isso está correto porque existem menos neurônios envolvidos no processo de codificação e decodificação. Esse único fato fisiológico lança luz num grande número de atividades cognitivas. Como a velocidade de montagem da imagem é mais rápida no cve do que no cvd, qualquer imagem recuperada irá ser montada mais ligeiro no cve. Essa é a razão porque nós notamos a memória muitas vezes ser acessada para cima a esquerda. Enquanto a imagem está sendo montada e a correta estrutura citoarquitetônica está sendo selecionada, os olhos são direcionados imediatamente para este campo. Nos casos da recuperação de memórias, os olhos raramente irão ser direcionados para cima e a direita a menos que as funções do córtex visual esquerdo sejam necessárias para a recuperação.

Como o córtex visual direito é feito de campos sobrepostos, é possível codificar e decodificar as imagens tridimensionais. O córtex visual esquerdo e o cvd não são habilitados para codificar e decodificar as imagens 3D porque os campos receptivos são não sobrepostos. Consequentemente, o cvd irá decodificar somente 2D, imagens planas. Como as imagens de 3D parecem mais reais e eram originalmente codificadas e armazenadas pelos campos receptivos sobrepostos, é muito comum para as pessoas colocarem sua "linha do passado" no seu cve e sua "linha do futuro" no seu cvd. O cve também codifica as imagens moventes pois assim se uma imagem que se move precisa ser recuperada ela muito provavelmente será recuperada no cve. Decodificar o movimento necessita de novo dos campos receptivos sobrepostos. Como o cve é feito de receptores amplos, as imagens são sintonizadas grosseiramente com um baixo grau de detalhes. Quando você fizer perguntas para uma pessoa que exijam maiores detalhes visuais, você irá observar que ela move a imagem para o campo visual oposto. Esse movimento ajuda na recuperação de uma imagem mais detalhada num processo de duas etapas. Primeiro, a área da imagem onde vamos fazer o foco é marcada. Depois a porção marcada da imagem é restaurada no cvd, utilizando as células nervosas com baixa velocidade de processamento e uma resolução muito alta (grandes detalhes). Esse processo é se torna possível pelo principio da degeneração, mencionado antes. A degeneração significa que diferentes redes neurais podem representar a mesma informação.

Os hemisférios cerebrais também diferem na sua capacidade de processar a cor. A codificação e a decodificação da informação da cor é feita pelos caminhos parvo-celulares a maioria localizados no córtex visual esquerdo (projetando a informação para o campo visual direito – cvd). A codificação e a decodificação das escalas do preto, branco e cinza são realizadas melhor pelos caminhos parvo-celulares localizados no córtex visual direito (campo visual esquerdo – cve). Isso significa que se uma tarefa cognitiva exige informação de cor, uma imagem originalmente recuperada no cve terá que ser intensificada por meio da degeneração movendo-a para o cvd.

Uma outra função cognitiva interessante que varia de hemisfério é a capacidade de mover e de organizar as peças de uma imagem independentemente. Essa função não é possível com os campos receptivos se sobrepondo que ligam a imagem numa só peça coerente. Consequentemente, é muito mais difícil separar e reorganizar as peças de uma imagem com o cve. Como o cvd não tem receptores não sobrepostos, as peças são facilmente separadas e re-arranjadas independentemente. Essa informação fisiológica nos ajuda a entender porque as pessoas movem as imagens para a direita quando estão realizando as operações de "construção visual". Como você pode ver, acrescentando um pouco de conhecimento de neurofisiologia e de neurofísica às nossas observações anteriores dos padrões de escaneamento dos olhos, nós poderemos fazer muito mais do que as dez distinções originalmente possíveis. Isso acrescenta um poder ilimitado para a nossa eliciação dos processos cognitivos inconscientes, os quais podem formar a base das habilidades e capacidades tão difíceis de compreender como a memória fotográfica, os gênios e assim por diante. A fim de calibrar corretamente a atividade cognitiva inconsciente, também deve ser entendido que apenas o movimento dos olhos não nos conta toda a história. A calibração correta exige um conhecimento de como a cabeça se movimenta, tanto horizontal como vertical, como age a sinergia funcional com os padrões de escaneamento dos olhos para produzir o que eu chamo de pistas de ativação do campo cortical (em inglês - CFAC Calibration Model ™). Esse modelo nos permite eliciar a informação a nível neurocognitivo ao igualar as sinergias funcionais dos olhos e da cabeça com as áreas corticais correspondentes do cérebro sendo ativadas durante a codificação e decodificação da informação. Com esse novo conhecimento, é possível construir modelos da função cognitiva muito além do nível das submodalidades e muito mais precisos. Agora também deveria estar evidente que todas as submodalidades estão sobre o controle da citoarquitetura biológica previamente discutida.

Padrões do escaneamento horizontal dos olhos do sistema auditivo:

Agora que nós introduzimos algumas das funções do campo visual direito e esquerdo, vamos discutir, brevemente, algumas das funções do campo auditivo direito e do esquerdo.Pensava-se antes que o cve indicava a informação recordada auditiva e o cvd indicava a informação construída auditiva. Como você vai ver em breve, isso é também uma radical generalização similar àquelas feitas sobre o visual recordado e construído. Num um exame mais completo, você vai notar que o campo visual auditivo esquerdo indica o processamento fonético, sequencial e rítmico, enquanto que o campo visual auditivo direito processa os componentes analógicos da linguagem e o som chamado de versificação. Mudanças analógicas nos elementos como o tom e a inflexão são decodificados quando os olhos se movem em direção ao campo visual auditivo direito. Essas são apenas algumas das distinções que são responsáveis pelo grosso dos contraexemplos para o modelo original das pistas de acesso visual. Você pode notar que quando pedir para um amigo recuperar a memória de uma conversa, ele irá olhar para a esquerda para ouvir as palavras que foram ditas, e irá olhar para a direita se você lhe perguntar sobre o tom de voz que foi usado ou sobre uma inflexão especifica que foi dada a certas palavras.

Agora nós chegamos à enganosa "terceira" posição auditiva que supostamente existe para baixo e para a sua esquerda. Para desenredar essa confusão, seria preciso entender mais um pouco sobre a citoarquitetônica do córtex auditivo. As funções previamente discutidas são executadas numa área particular do cérebro chamada de área de Wernicke. Essas áreas existem aproximadamente um pouco acima de cada ouvido e estão correlacionadas com o movimento para a direita e esquerda do olho auditivo horizontal. No córtex frontal, uma parte do cérebro chamada de área Broca controla os movimentos motores articulatórios. Quando nós olhamos para baixo e para a esquerda e inclinamos a cabeça na mesma direção, o fluxo sanguíneo cerebral regional se move em direção a área Broca, tornando-se mais fácil construir uma conversa. Consequentemente, em vez da distinção sem sentido do "digital auditivo", nós agora podemos entender que quando os olhos se movem para baixo e a esquerda nós estamos acessando as funções motoras articulatórias que nos ajudam a converter o diálogo interno em movimentos do maxilar, da língua e da laringe. Isso pode ser considerado como a contraparte cinestésica ao diálogo interno auditivo. Muitos de nós que estudamos de perto as pistas de acesso visuais, reparamos que quando os olhos de uma pessoa estão para baixo e para a esquerda, seus lábios podem vazar, não intencionalmente, as verdadeiras palavras que ela está pensando. Agora você pode entender o porquê.

Finalmente, nós estamos prontos para introduzir a posição cinestésica que é classicamente para baixo e para a direita. Na realidade, esse movimento do olho nos ajuda a intensificar a informação vinda do córtex somatosensorial dominante que está localizado no hemisfério direito. Não é acidente que quando os olhos de uma pessoa se movem para baixo e para a direita, sua cabeça também se inclina para baixo na mesma direção graças ao sistema vestibular. Isso auxilia o fluxo sanguíneo cerebral regional no aumento do volume de sangue para o córtex somatosensorial. Essa área cortical é responsável pela coleta de toda informação motora, tátil, vestibular e emocional (bioquímica) de dentro do corpo e pela retransmissão de volta para as outras áreas corticais relevantes para a representação cognitiva. Quando os nossos olhos se movem para baixo e para a direita, a informação, conduzidas por esses caminhos desde o tórax superior para baixo, fica intensificada.

Isso foi apenas uma pequena introdução para a grande quantidade de funções que, realmente, se escondem sob a superfície dos padrões de escaneamento dos olhos. Uma quantidade incrível de informações sobre o processamento cognitivo pode ser fácil e prontamente discernida através dessa valiosa janela para o cérebro. Eu o desafio a começar a prestar mais atenção para essas Pistas de Ativação do Campo Cortical porque elas são indicadores vitais das funções neurocognitivas e que a próxima geração dos modeladores do Desempenho Humano estará usando. Acrescente isso ao seu conhecimento da Modelagem e Engenharia do Desempenho Humano e na sua caixa de ferramentas de PNL e você irá se movimentar através do mundo com novos olhos, voltado para capturar a essência da invisível excelência humana disponível em torno de você.

Artigo publicado na revista Anchor Point de dezembro de 1996.
Tradução publicada no www.golfinho.com.br em SET/2005

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